A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 25 de março de 2010

Editorial do 3º NEM - Sonho

O 3º NEM tinha como tema os sonhos; e o editorial que fiz, este que posto agora, gerou muita polêmica, até recebi piadinhas irônicas por tais palavras as quais mantenho com orgulho de quem acredita na democratização das artes e da literatura.

Algumas pessoas acreditam que não são capazes de escrever um texto. Elas mal imaginam que, para obter tal êxito, basta ter duas potencialidades fáceis de conseguir:

* Saber se expressar em uma língua, não necessariamente estando exatamente correto;
* Sonhar, imaginar, criar ou qualquer outra palavra sinônima a essas.

A primeira é só pra transmitir para o campo das palavras o que o segundo requisito nos diz.

Porque o sonhar, esse sim tem o seu brilho, seu voo, é ele que possibilita histórias loucas, bonitas e/ou encantadoras, capazes de fazer rir, chorar; arrepiar a pele macia da menina; hipnotizar os olhos dos maldosos; acalentar a prece de quem pede; gritar, no silêncio das palavras, um pedido de liberdade.

Ah! A liberdade! Liberdade é a única regra dos sonhos, sonhos não tem limites, não tem privações, nem momento e nem lugar. Sonhar é viajar, passear por outros mundos, por outras vidas, por outras decisões, encantar os misteriosos corações, declarar o que estava oprimido, com a certeza de não ficar desiludido, e ainda por cima traz consigo, a possibilidade dessas situações.

Porque uma pessoa pode até não escrever, mas o texto certamente já está escrito na mente dela, através dos sonhos.

CA Ribeiro Neto
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* Para que entendam melhor o que eu quero dizer, assistam a um vídeo (clique aqui) e imaginem se o taxista da história tivesse o hábito de escrever!
* Tudo normal!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: O Samba me Cantou - Luciana Mello

LENDO NO MOMENTO: Contos de Vista - Elisa Lucinda

Boa Sorte

quinta-feira, 18 de março de 2010

Editorial do 2º NEM

Começando mais uma série, 'Editoriais do NEM', infelizmente começo com o editorial da 2ª edição, pois fizeram o favor de oferecer meu único exemplar do 1º NEM a uma professora sem me consultar... Para quem não conhece, o NEM é a publicação literária feita pelo APPLE, agora chamado de Grupo Eufonia de Literatura, mas infelizmente este projeto está parado. Na época, a intensão era que revezássemos na editoração, mas - sabe-se lá porque - eu fiz quase todos. Os NEM's ficaram marcados pelas pequenas polêmicas causadas pelo público-leitor do CEFET, pelas ideias progressistas que sempre apoiamos, não tão aceitas assim. Vejam só.


Editorial do 2º NEM


" Poesia é a emoção (pessoal) através da palavra", definição retirada do livro 'Estudo dirigido da Gramática Histórica e Teoria da Literatura'".


Encarar a poesia como forma de expressão subjetiva e intrapessoal – tanto para quem escreve, quanto para o leitor – nos faz pensar nas regras impostas a ela. Exigir rima e métrica seria deixar a poesia mais inteligente ou seria castrar a criatividade do autor?


A poesia é fruto de um ou mais sentimentos, e a habilidade do escritor consiste, justamente, na transformação dos sentimentos em palavras. Dessa forma, sua poesia será construída de acordo com o que ele sente.


Se 'n' poesias falaram sobre amor, foram escritas 'n' textos diferentes, pois cada poesia é única, assim como todo amor.


É contraditório, então, querer julgar a poesia pelas palavras utilizadas e não pela ideia que é transmitida; definir um texto em poético ou não-poético pela presença ou não de rimas e métricas, se o que é relevante é o sentimentalismo do autor.


Leiam agora o nosso 2º NEM, quer seja poesia ou não, leiam nossos sentimentos.


CA Ribeiro Neto

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* Vou tentar providenciar a 1ª edição, mas não garanto nada!
* Quem quiser as edições do NEM em versão e-book é só me pedir!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: O crime não compensa - Jackson do Pandeiro - CD O Rei do Ritmo

LENDO NO MOMENTO: Estou num ritmo de leitura muito avançado, da quinta passada para cá terminei o Almanaque Armorial do Ariano Suassuna, li o Benjamim do Chico Buarque e comecei hoje o Corpo de Drummond - Pg. 13

Boa Sorte

quinta-feira, 11 de março de 2010

Que sejam bem felizes: Clara, Cartola e Eu

Encerrando a série 'Nossa Língua Portuguesa', 'Que sejam bem felizes: Clara, Cartola e Eu' é uma crônica que fala da música 'Que seja bem feliz' do Cartola. Ela mereceu destaque por uma percepção minha em relação a conjugação do verbo contentar. Já explico tudo na própria crônica! Como ando discutindo com alguns membros do Blog's de Quinta sobre isso, deixo claro que o narrador desse texto, assim como a grande maioria dos meus textos, são eu-líricos, que as vezes tem características minhas, mas não necessariamente me representam.


Que sejam bem felizes: Cartola, Clara e Eu


Sabe quando você escuta uma música várias vezes, mas só presta atenção em algo peculiar muito depois? Primeiro de tudo, que a música é de um autor que adoro: Cartola; e que a voz é uma das que mais sou apaixonado: Clara Nunes. Isso já serviria para eu ter prestado atenção nela há mais tempo.

O nome da música é 'Que seja bem feliz', e, para mim, o final dela é genial. A música fala de uma despedida, seja de um filho deixando a mãe, seja de um homem nordestino indo 'tentar a vida' no sul, seja de uma mulher deixando a família pelo sonho de ser cantora de rádio, o que for, a música continua sempre bonita.

“Se bom pra você for/ Podes partir, amor/ E que sejas feliz/ E muito bem feliz”. Vejam que no começo vem logo a permissão para a partida. Os versos são pequenos, pois não há muito o que se falar em momentos como esse; e a repetição dos votos de felicidades também mostra o pouco que há para se falar. Isso também lembra que, lendo friamente, parece ser falta de rima; mas quem nunca repetiu uma frase em um momento de emoção que atire a primeira pedra. São essas frases repetidas que fotografamos em nossas mentes.

“Que Deus e a natureza/ As aves nos seus ninhos/ As flores pela estrada/ Perfumem todos os caminhos”. Quando li essa segunda estrofe, lembrei-me de colorir as coisas. Assim penso que pensou Cartola, e que penso que pensou o eu-lírico, como se fosse para mostrar ao receptor a veracidade do desejo de felicidade, apesar da dor da separação.

“Eu aqui ficarei/ Por você rezarei/ Todas as tardes/ Ao bater, Ave-Maria”. A terceira estrofe, assim como a quarta, foram as que chamaram a minha atenção. Pois o último verso propositalmente me dá duas interpretações. Ao bater o quê? Todas as tardes, o sino da igreja para se rezar Ave Maria? Ou eu-lírico fala do bater da saudade, todas as tardes, ao lembrar de como é bom ter aquela pessoa ao pôr do sol, e a Ave Maria é uma interjeição utilizada pelo sentimento para dá aquela travada na garganta?

“Que sejas bem feliz/ E leves-me na mente/ Que cresçam suas glórias/ E as minhas lágrimas contentes”. Bem, o último verso dessa última estrofe foi a que achei mais genial, porque foi utilizando da boa gramática que ele chegou a um magnífico duplo sentido. A primeira ideia que se tem é de que, com as glórias alcançadas, as lágrimas dela sairiam contentes, felizes, realizadas. Porém, escutando e percebendo semelhanças comigo, percebi que esse 'contentes' também pode ser o presente do modo subjuntivo do verbo contentar. Daí a interpretação mudaria de figura, pois estaríamos falando que o receptor teria que se contentar com as lágrimas do eu-lírico daquele instante, pois uma vez saindo de casa, aquelas lágrimas seriam as últimas lembranças. Fotografei: aquelas lágrimas seriam as últimas lembranças.

Não sei se Cartola quis mesmo fazer esse duplo sentido, mas parece-me que Clara passou isso em sua interpretação, pois não tem como dizer que é qualquer uma das possibilidades só de escutá-la. Inexplicavelmente ela consegue passar todas as situações, tudo de uma vez. Isso só mostra que Clara Nunes é uma deusa, que Cartola é um rei, e que eu só sei fazer crônica.


CA Ribeiro Neto
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* Próxima semana relembrarei do NEM aqui no Blog!
* Por enquanto, nada demais!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Recado - Gonzaguinha - CD Geral
LENDO NO MOMENTO: Almanaque Armorial - Ariano Suassuna - Pg. 275.
Boa Sorte

quinta-feira, 4 de março de 2010

Afavelmente Factual

A última poesia desta série 'Nossa Língua Portuguesa', 'Afavelmente factual' é uma poesia de 2007 - período em que eu saía da matemática e ia para a política e legislação - . Ela fala de uma relação homem & mulher, onde o homem - quase sempre errados, consegue o perdão da mulher - quase sempre benevolentes.



Afavelmente factual


Segurando a sua mão,
Seguramente
Faço uma reflexão.
Bem facilmente
Deixo-a sem reação,
Indecisamente
Pedes-me compaixão.

Toda essa situação,
Essencialmente
Carregada de emoção,
Casualmente
Falas em conciliação,
Factualmente
Fico sem argumentação.

Proponho uma solução,
Provavelmente
Incluso o meu perdão.
Imediatamente
Aceitas sem hesitação.
Afavelmente
Seguras a minha mão.

CA Ribeiro Neto
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* Sexta, dia 5, este meu blog comemora 2 anos de existência!!!
* A internet voltou!!!!!!!!!!

* Ou seja, com o tempo lerei os textos dessa semana e os da semana passada!
* Tudo normal por aqui.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: O que é? O que é? - Gonzaguinha

LENDO NO MOMENTO: Almanaque Armorial - Ariano Suassuna - Pg. 237

Boa Sorte!