A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Você pode até querer brincar de solidão, mas o mundo não é uma bolha de sabão

Começo citando meu mestre Drummond: "Inabitável, o mundo é cada vez mais habitado."

Afinal, a nossa densidade demográfica aumenta e o nosso convívio diminui. Mas a sociedade é sempre surpreendente, vou dizer porque:

Primeiro caso, lembro que, para ir me encontrar com uma ex-namorada, eu pegava o Antônio Bezerra/Messejana aos domingos, no horário que era o mesmo do fim da feira. Então subia um monte de gente no ônibus fedendo a suor. Mas era suor de trabalho, de quem precisa daquilo para sobreviver. Mas eu, com a minha vidinha ganha, achava horrível aquele cheiro. Pensem bem, o que é melhor para aquele povo: eles ganharam o dinheiro deles e terem como sobreviver ou voltarem cheirosos para casa porque o filhinho da classe média não quer sentir seu fedor? No terceiro domingo de viagem até conversei com um deles, entender um pouco mais como é a vida deles. Quem sabe eles sentiram a minha falta aos domingos, já que o namoro acabou...

Segundo caso – parte 1 – com a aquisição de celulares com capacidade tocar mp3, as pessoas agora entram no ônibus, botam o fone no ouvido e se fecham na referida bolha do título. Já perceberam como é inconveniente você conversar com alguém que está com um fone no ouvido e que notadamente preferem ouvir a música do que conversar com um amigo que encontram casualmente no mesmo transporte? Você tem que repetir todas as suas perguntas porque certamente ele vai pedir para você dizer de novo.

Segundo caso – parte 2 – mas o que eu falei na parte 1 é apenas o que os filhinhos da classe média fizeram, a classe mais humilde, mais atenta ao que está ao seu redor, escuta é sem fone mesmo, coloca no som alto para todo mundo ouvir os forrós, raps e funcks da vida. Vocês não sabem como isso incomoda. Mas incomoda à minha bolha de sabão! Afinal, tem gente ali naquele ônibus, que está sem nada para fazer e está gostando do som alto. Nota mental: a minha bolha começa quando a sua termina. O som dele entrou na minha bolha, mas e a minha tolerância foi até aonde?

Segundo caso – parte 3 – é sabido por quem me conhece que eu leio dentro de ônibus, e estava eu lendo meu 'Cemitério dos Vivos', certo dia, quando senta um cara do meu lado e liga o celular, tocando um brega nas alturas. Fecho a cara e dou uma olhada violenta para o cabra ao meu lado. Fecho o livro com uma violência maior ainda e me dedico a olhar a paisagem, e até apreciando a música, que era um brega muito bom. Educadamente, o cara percebe que atrapalhou a minha leitura, pega o fone dele e coloca um lado no celular e o outro nas orelhas. Dessa forma, com um pouco de remorso do que fiz, aproveito a deixa e volto a ler meu livro. Apesar do remorso, oportunidade e piadas bestas não devem ser perdidas nunca!

Meu livro 'Desenho Urbano' fala muito disso. De como necessitamos do próximo e de como, por mais que desejamos ficar sozinhos, um olhar mais geral da situação, as vezes, é mais importante do que olhar apenas para seu umbigo. Até porque, quando foi a última vez que você limpou o seu?

CA Ribeiro Neto
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* E como eu disse quinta passada, aceito desafios de textos também!
* Twitter virou meu grande outdoor @caribeironeto
* Tudo bem comigo; e com você?
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ESCUTANDO NO MOMENTO:  O Cristo de madeira - Ana Carolina
LENDO NO MOMENTO: Alguma Poesia - Drummond - pg. 254 // Ladrão de Cadáveres - Patricia Melo - Cap. 20.

Boa Sorte.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A dança da alegria

Bem, pessoal, de hoje em diante, este blog não se chama mais Alegria! Alegria! Ela gira! Ela gira! e sim A dança da Alegria. Essa mudança não é apenas de título, mas também estrutural, pois ele não será mais um espaço para meus textos literários especificamente. Será, na verdade, agora, uma espécie de coluna de jornal, um folhetim, um espaço para minha mente curiosa e incansável escrever sobre coisas mais cotidianas ainda do que o de costume, mas na linha da observação aguda - cá entre nós, continuo na crônica!

Os motivos que me levaram a isso são simples: primeiro, porque estou num momento que quanto mais eu leio, menos escrevo - e estou lendo muito; segundo, em consequência do primeiro, estou ficando sem textos de estoque para postar, e como não quero postar todo o Desenho Urbano aqui, irei parar de postar os textos que faltam; terceiro, porque vou começar um novo livro, um agora de contos mais extensos, o que inviabiliza a postagem dele aqui no blog; quarto, pois assim, terei um maior contato com a escrita, de uma certa forma, parecida com a dos escritores que tanto admiro.

Portanto, este blog agora será feito de textos com alguma reflexão de algo presenciado por mim, alguma análise ou recomendação de algum livro que li ou de alguma música que escutei ou filme que eu assisti ou acontecimento que eu presenciei; gostaria também que vocês fizessem desafios para mim - pode ser uma palavra, um termo, um trecho, um desfecho, uma piada, uma história, uma mentira etc.

Para não abandonar de todo a série que eu estava formulando, próxima semana apresentarei a vocês um texto que tenha haver com o título da série que eu estava postando "Você pode até querer brincar de solidão, mas o mundo não é uma bolha de sabão" - já que a Herbenia gostou muito e eu também.

CA Ribeiro Neto
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* Para 1uem quiser acompanhar os eventos da Livraria Cultura - Fortaleza.
* Em breve, novidades no Eufonia.
* E tudo em paz.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Nada - meu irmão já está dormindo.


LENDO NO MOMENTO: Alguma Poesia - Drummond - pg. 115 // Ladrão de Cadáveres - Patricia Melo - cap. 16

Boa Sorte.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O ciclo sem fim ou Era para apenas rir II

Começando mais uma série hoje, 'Você pode até querer brincar de solidão, mas o mundo não é uma bolha de sabão' é uma série de crônicas presentes no meu livro Desenho Urbano, onde manifesto que sempre precisamos do próximo e que "não é possível ser feliz sozinho". Além de 'O ciclo sem fim ou Era para apenas rir II', essa série terá os textos 'Enxugando os pratos', 'Relativo', 'Sem barba, com amor, meu amor' e 'Tudo'.


O ciclo sem fim ou era para apenas rir II

Estava voltando para casa, mais precisamente dentro de um ônibus parado em frente a um semáforo que alternava de cor naquele momento, quando olhei para o outro lado da avenida, onde os carros passavam em sentido contrário e achei esse grito de largada do sinal verde muito parecido com uma debandada de uma manada. Sequencialmente e inexplicavelmente lembrei também do filme 'O Rei Leão', na cena em que o Mufasa, pai de Simba, morre atropelado por gnus.
Não tinha mais jeito, estava elaborando outra associação sociológica e não podia mais evitar. Sendo assim, escrevo o que visualizei.
 
Em casa, assistindo cenas no youtube, relembrei partes do filme que tanto assisti e que marca a minha vida como o primeiro choro dentro de um cinema, justo na cena da morte de Mufasa – é, teve outras vezes sim.
 
Como toda introdução, começo com a música 'Ciclo sem fim' onde todos os animais estão indo para aquela tal pedra para ver o batizado de Simba. Vejam bem, a versão em português, que é a que eu conheço e é a que influenciou, de alguma forma, os telespectadores brasileiros, trata de um rio que guiará a todos no ciclo sem fim “à dor e à emoção; à fé e ao amor” – ou seja, aos sentimentos vivenciados em nossas vidas – e que nos levará aos nossos caminhos: este ponto, para mim, é o norte de todo o filme, pois, apesar das adversidades da vida, fazemos parte de uma coletividade que compõe esse 'rio', esse 'ciclo'. Explico mais sobre isso mais na frente.
 
Na cena da morte de Mufasa – a cena que inspirou essa crônica e de maior abstração minha – vemos aí a abordagem da família como célula fundamental da sociedade, ainda que esse pensamento ande meio deturbado ultimamente. O trânsito caótico, com gnus no lugar de carros e hienas no lugar dos motoboys – no meu irônico pensamento –, é só um dos problemas enfrentados por milhares de pais de família que praticamente dão sua própria vida para garantir um futuro para seus filhos. Percebam que todos os gnus estão correndo para o mesmo lado, num “ciclo sem fim...”: no tal ciclo da introdução do filme há coisas boas e más que comporão o nosso caminho.
 
Quando Mufasa morre, Simba foge, ainda criança, e faz amizade com Timão e Pumba, que lhe apresentam uma nova filosofia de vida: Hakuna Matata. Uma filosofia em que “os seus problemas você deve esquecer. Isso é viver, é aprender”. Segundo os novos amigos, essa filosofia resolve todos os seus problemas, basta esquecê-los. Levando-se em conta que Timão é um espertalhão que sempre quer se dar bem e Pumba é uma cara, digamos, relapso em questão de higiene. Somando isso tudo à questão que Simba passa com eles o fim da infância, a adolescência e o começo da juventude, estamos falando do pensamento juvenil de rebeldia e contestação, em que a maioria das pessoas passam na adolescência, geralmente carregados de problemas familiares, perfeitamente encaixável na vida de nosso protagonista com a morte de seu pai.
 
Contudo, tem uma hora em que não dá mais para fechar os olhos para os problemas ao seu redor. É a hora de olhar para si e decidir o que há de se fazer. Isso acontece no filme também, numa de suas passagens mais bonitas. Simba está andando sozinho quando o Rafiqui – o babuíno que identifico como a consciência – começa a atormentá-lo com uma música esquisita e quando eles começam um diálogo, surge logo uma pergunta: “Quem é você?”. Bem cara de consciência, não? Ao Simba não saber responder-lhe, o babuíno afirma que ele é filho de Mufasa, e mais: afirma que este está vivo! Querendo ver seu pai, o jovem leão segue Rafiqui até o leito de um lago ou rio (rio de novo? Hum...), que mostra-lhe seu reflexo. Então Simba não ver mais seu próprio reflexo e sim, a fisionomia de seu pai, ao mesmo tempo em que o macaco diz: “Viu? Ele vive em você!”. Daí aparece nas nuvens a imagem de Mufasa que acusa o filho de ter o esquecido e depois diz uma frase que, ao meu modo de ver, é fundamental para se compreender o que afirmo agora: “Você é muito mais do que pensa que é. Você tem que ocupar seu lugar no ciclo da vida”. Pessoal isso nada mais é do que a teoria dos Papéis Sociais: cada um não é apenas um ser isolado e que só depende de si para sobreviver. Como célula da sociedade, precisa trabalhar junto com ela para o organismo social funcionar perfeitamente.
 
Depois o leão e o babuíno continuam a conversar sobre como é difícil retomar a vida depois de tanto tempo tentando esquecê-la. Então Rafiqui dá uma porrada na cabeça de Simba e quando este vai reclamar, aquele responde: “Não interessa! Está no passado! O passado pode doer, mas ou você pode fugir dele ou aprender com ele”. Está aí quebrada a filosofia Hakuna Matata e Simba volta para defender seu trono.
 
Quanto a esse negócio de trono, é só para embelezar a história infantil. O que há em jogo é a situação social. Scar, o vilão, representa a concorrência, o mercado de trabalho, a inveja.
 
Tudo que falei pode ser encarado de duas formas. Ou você entende o filme como um orientador ou como um manipulador. Eu, pelo menos, assisti esse filme quando criança e não deixei de ser rebelde e contestador em minha adolescência, então, se a intenção era manipular, não deu certo comigo.
 
Encerro este texto aqui, com a sensação de que aprendi algo. Nem que tenha sido apenas a ter cuidado ao atravessar uma rua repleta de gnus velozes.


CA Ribeiro Neto
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* Como diria o pai de Édipo, está tudo tão bem, que começo a me preocupar em quanto tempo durará a felicidade.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Bola de Meia - Seu Jorge

LENDO NO MOMENTO: Terminei o Cemitério dos Vivos, do Lima Barreto; em dois dias li o 90 Livros Clássicos para Apressadinhos; começarei agora o Alguma Poesia, do Drummond (versão fac-símile, linda!!) e estou lendo na Livraria Cultura o Ladrão de Cadáveres - Patrícia Melo - Cap. 12.

Boa Sorte

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Mais uma chance a Jairo e Flor

Ninguém comentou no texto 'Jairo e Flor' e você não sabem como isso entristece esse blogueiro... Não vou postar texto meu hoje porque ele merece mais uma semana de chance. Vai, então, aqui, um haikai do Quintana, o que a Herbenia mais gostou.


Convite

Basta de poemas para depois...
Ó vida, e se nós dois
vivessemos juntos?

Mario Quintana
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* Nenhuma novidade.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Se você pensa - Roberto Carlos

LENDO NO MOMENTO: Cemitério dos Vivos - Lima Barreto - pg. 218 (Voltei ao primeiro exemplar, pois emprestei o segundo a uma amiga) // Ladrão de Cadáveres - Patricia Melo - cap. 11

Boa Sorte

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Jairo e Flor

'Diferentes ângulos de uma conquista' chega ao seu final, com um texto em terceira pessoa, mostrando uma relação sem posicionamento masculino e feminino. 


Jairo e Flor


Jairo tem várias manias. Isso nunca lhe incomodou de fato, mas também ele não esperou conseguir nada através delas.

Uma de suas manias favoritas era ir ao cinema sozinho. Todo domingo ele ia a um cinema menos popular, chegava, lia um livro enquanto espera a sessão – Jairo sempre andava com um livro na mão –, assistia ao filme escolhido e depois ia embora. Assim, sem rodeio.

Num domingo, ele ia, atrasado, no ônibus, até o cinema costumeiro. Tudo estava nos conformes do ritual tradicional dominical, até que senta ao seu lado uma flor. Ela se senta lhe olhando, com um sorriso hiper simpático, ele responde com um sorriso tímido e fala, mentalmente, consigo.

- Que sorriso lindo, Meu Deus! Mas que diabo de sorriso foi esse de minha resposta? Pelo amor de...

Ele foi interrompido pelas seguintes palavras da flor ao lado:

- Desculpe-me, mas você pode me dizer em qual parada eu desço para ir ao Cine César Almeida?

- Ah, sim! Pode deixar que também estou indo para lá! Descemos juntos – respondeu ele, tentando retribuir agora, o sorriso no tom certo.
- Ah, obrigado! É que andei muito tempo presa a estudos, tédio e traumas, então não conheço muito esses lugares interessantes.
- Ahan, mas tenho certeza de que irá adorar o formoso Almeidinha! Lá não é muito movimentado, mas tem um ótimo ambiente! A próxima parada é a nossa. Vamos?

Desceram do ônibus e foram em direção ao cinema. Como era próximo, não cabia uma pergunta de resposta grande, então Jairo foi no básico.

- Meu nome é Jairo. E o seu?
- Flor! Prazer!
- Não acredito! Foi exatamente numa flor que pensei quando você sentou ao meu lado! Por favor, não entenda isso como uma cantada! (mas acabou sendo!)
- Tudo bem! Não entendi dessa forma, não! (mas é claro que foi!)


Na bilheteria, foram informados de que estava faltando energia naquela parte da cidade e que, caso resolvessem esperar, o filme iniciaria assim que a luz do local retornasse. Diante do imprevisto, Jairo convidou-a para um sorvete e foi prontamente respondido positivamente.

Os dois vão à sorveteria ao lado do cinema, pedem o sorvete, ele faz questão de pagar e depois eles vão à uma mesa. Flor recomeça a conversa.

- Você vem sempre a esse cinema?
- Todo domingo! É como se fosse uma de minhas atividades semanais.
- E onde está a sua companhia?
- Não, não! Sempre venho sozinho! Amizade não me falta, é questão de gosto mesmo!
- E eu pensei que era uma louca em vir ao cinema sozinha! Convidei umas amigas, mas todas disseram não! Para elas, cinema dá sono!
- Já escutei coisas desse tipo também. Mas eu, pelo contrário, me envolvo quando o filme merece. Já chorei, já bolei de rir, já explodi de raiva. Talvez por isso, prefiro vir ao cinema sozinho, para me sentir somente eu e a tela grande!
- Que massa! Eu não conheço muito de cinema, como te falei, estive enclausurada por dentro e por fora de mim... mas não vamos falar sobre isso!
- Concordo! Mas é interessante você falar que esses problemas te afastaram de divertimentos como o cinema. Eu, quando estou muito triste, sinto mais vontade ainda de sair. Pra mim, ficar em casa só piora as coisas!
- Bem urbano, você, hein? – risos – aposto que estuda Arquitetura!
- Errou feio! Psicologia!
- Hum! Deve ser um curso maravilhoso! Eu entrei agora em Ciências Sociais, em Agosto começam minhas aulas!
- Massa! É de algum partido político?
- Não. E nem tenho pretensão de ser! Complicaria meus estudos!
- Isso é verdade. Mas também é preciso seguir uma linha de pensamento de estudiosos de sua área.
- Tem razão, mas deixemos pelo menos eu começar o meu curso!
- De acordo! – breve, minúscula, pausa – Que filme pretende assistir hoje?
- Aquele trash... esqueci o nome... do diretor Thiago... Ah, esqueci o sobrenome dele também. Mas é aquele da cabeçona!
- Sei, sei. Dizem que ele é pragmático demais, mas não acho que isso se reflita em seus filmes. Eu ia assistir um drama sem pé nem cabeça, mas se não se incomodar com minha presença, posso assistir esse filme do Thiago com você!
- Eu adoraria! Mas não é você quem gosta de assistir filmes sozinho?
- É! mas quando a companhia é boa, eu abro uma exceção.

Sorriram-se, no tom certo. Jairo adorou o jeito eufórico dela falar, já Flor, ficou embebecida com o volume de palavras dele.

Constataram que a luz voltou àquela região. Subitamente olharam-se, entenderam-se e beijaram-se e foram andando para o cinema de mãos dadas.



CA Ribeiro Neto
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 * Próxima semana, falarei sobre as eleições, seja o resultado que vier! hehe
 * Tudo tranquilo.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Choro Negro (Paulinho da Viola)

LENDO NO MOMENTO: Cemitério dos Vivos - Lima Barreto - pg. 186 (agora com uma nova edição que ganhei de meus colegas de trabalho!) // Ladrão de Cadáveres - Patricia Melo - cap. 5.

Boa sorte.