A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 27 de março de 2008

O Assalto Social

Depois de três poesias, vamos lá mostrar agora uma prosa minha. 'Assalto Social' é uma história real, aconteceu mesmo comigo, e mais três amigos. E não aumentei nada, foi exatamente assim que aconteceu. Mas, eu acho que a gente deve sempre rir no final, então vamos rir um pouco deste acontecimento.

O Assalto Social


Ontem a noite fui roubado. Meu elemento temporal vai ser apenas “ontem” porque isso está tão comum, que sempre vai existir alguém roubado ontem. Mas foi um assalto curioso e engraçado, por isso não me agüentei e resolvi descrevê-lo.

Eu e Gurgel sempre fazemos esse trajeto porque estudamos num canto onde não há um único ônibus que passe lá e perto de casa ao mesmo tempo. Então sempre vamos andando ao ponto que passe um ônibus para casa.

Encontramos Rebeca e Romário, amigos que moram na mesma região, mas que sempre vão em vários ônibus e demoram mais de uma hora para chegar em casa, porque já foram assaltados antes na rua do fato que vou contar agora.

Eles não queriam ir com a gente, porque já tinham sido roubados ano passado e tal, mas eu e Gurgel insistimos, já que passávamos por ali todos os dias, e nada tinha acontecido, então eles acabaram nos acompanhando.

No meio do caminho, vem um carro em nossa direção, pára, desce dois homens, que logo em seguida se aproximam de nós, com um sorriso meio encabulado, dizendo:

Calma, calma! Vão parando aí, que isso é um assalto!

Na hora, eu nem pensei direito, e por isso não parei. Um deles se aproximou de mim e mostrou a arma que estava na calça, mas não fez movimento de pegá-la. Esse me revistou: sua mão direita foi no meu bolso esquerdo, que encontrou meu celular, o qual ele mesmo retirou do meu bolso; sua mão esquerda foi no meu bolso direito, onde estava a chave de casa e o mp3, mas ele não quis levar. Deixo bem claro que ele nem pegou na minha carteira, nem falou em dinheiro.

Eles também levaram o celular do Gurgel, mas não sei como foi o processo de roubo do aparelho. Da Rebeca não levaram nada. Do Romário, pegaram o vale transporte eletrônico, acho que pensaram ser um mp4, mas quando o larápio viu do que se tratava, jogou no chão dizendo:

Toma o passe-card!

Nisso, eles já estavam correndo de volta pro carro. No meio do caminho, um deles ainda gritou “Desculpa”.

Não fiquei com raiva, ou chateado. Não vou falar agora daquele papo besta de que eles são vítimas da sociedade desigual e do sistema excludente. Pobreza para mim, não é desculpa para assalto. Até porque eles tinham um carro, eles podiam muito bem fazer um carrinho de cachorro quente, vender roupa barata numa feira, ou qualquer outra coisa digna como essas que eu citei. Honestidade não é definido pelo status social.

Mas não fiquei com raiva, nem chateado, porque foi engraçado, poxa! Eles foram gentis com a gente! Pensem bem, eles chegaram nos acalmando; mostraram a arma, só porque eu não quis parar, e mesmo assim não fizeram gesto de usá-la; só levaram os celulares, que convenhamos, não é essencial; devolveram o passe-card, porque sabiam que era o meio do Romário voltar para casa; e pediram desculpas no final. Isso é um Assalto Social! Eles estão preocupados com suas vítimas! Pensei em pedir um cartão fidelidade, ou algo assim! Porque se é para ser assaltado de novo, eu quero que seja com eles!

Não há mais nada que eu possa fazer, ou falar. Só espero que eles vendam o meu celular para comprar comida, e não drogas, bebidas ou novas armas. Só assim, esse assalto a estudantes em um bairro tipicamente residencial faria mais sentido (sentido para assalto?).


.Carlinhos Ribeiro.

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* Sem novidades

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ESCUTANDO NO MOMENTO: Dove ho visto te - Jovanotti - Safari

PENSANDO NO MOMENTO: Neste "sem novidades"

Boa Sorte

quinta-feira, 20 de março de 2008

Morte

Ontem eu estava assistindo a minissérie 'Queridos Amigos' e uma cena chamou a minha atenção. O velório de Seu Alberto. Em determinado momento, seus amigos entram no recinto, tocando um samba antigo, muito bonito.
Eu já me identifico bastante com esta minissérie, pois há muitas semelhanças entre os personagens e os meus amigos mais próximos. Mas à partir desta cena, eu consegui terminar uma poesia que tinha começado a anos e nunca tinha terminado. Falo sobre a morte, mas não de forma como sempre fazem, e sim de forma interrogativa. Vejam.


MORTE

Morte
Um nome forte
Assusta que escuta
Implora quem não pode

Morte
Caso de azar ou sorte?
Me pergunto e não encontro
Algo que me conforte

Seria a nossa maior certeza?
Certeza tão incerta
De quando irá acontecer

E o luto não seria
Apenas egoísmo?
Se, teoricamente,
Iremos prum lugar
Melhor e mais bonito?

Mas no fundo, tanto faz
O que eu pensar.
Pois quando Ela chegar
Ah, eu vou chorar
Sim, chorar.

.Zeca do Riacho.
(Carlinhos Ribeiro)
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* Boa Páscoa para quem acredita!
* Bom feriado para quem não acredita!

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ESCUTANDO NO MOMENTO: Bijuterias - João Bosco - Tiro de Misericórdia
PENSANDO NO MOMENTO: Fazer um samba com jabuticabeira...

Boa Sorte

quinta-feira, 13 de março de 2008

Triângulo Louco

Junto com a poesia passada -triângulo triste- vem esta poesia -triângulo louco-.

Elas representam duas possibilidades de uma mesma situação. E elas duas juntas formam o que chamo de 'Ampulheta da Vida'.


Triângulo Louco


!

e

se de

repente

O triângulo

Se entendesse?

E começassem algo

Inusitado e feliz, como

Por exemplo, o Um ficando

Com os outros Dois! E esses Dois,

Gostando de estar com o Um. E mais,

Se esses Dois passarem a se gostar também!

Ah! Como descomplicaria esse triângulo amoroso!


.Carlinhos Ribeiro.

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* Sem mais, não há o que se esperar demais!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Preciso aprender a ser só - Gilberto Gil - CD Gil Luminuso
PENSANDO NO MOMENTO: Nada de especial.

Boa Sorte

quarta-feira, 5 de março de 2008

(Re) começando

Depois de longas velhas, meu blog volta de cara e endereço novo.
As mudanças eram necessárias, visto que aquele blog do uol é um tanto quanto limitado. Sem falar que esse agora tem meu nome artístico 'Carlinhos Ribeiro' e não mais 'Carlinhos Guto', como antigamente.

Para recomeçar, uma poesia minha que anda fazendo muito sucesso por quem acompanha meu trabalho. Ela tem continuação que virá na próxima semana!


Triângulo Triste


Como é complicado um triângulo amoroso!

Dois gostam de Um e Um gosta de Todos.

E se os Dois se conhecerem?

E se o Um não percebesse?

E se alguém chorar?

E tudo terminar

De um jeito

Triste

E só

?


.Carlinhos Ribeiro.

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* V0ltando ao grupo 'Blogs de Quinta' também!
* Agora no curso Politica e Legislação
* Continuo Coordenador-Geral do Grupo Literário APPLE
* Continuo percussionista do eMeloDia
* Continuo amando a vida e a Luz
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Por causa de você, menina - Jorge's Ben, Vercilio, Aragão e Mautner.

PENSANDO NO MOMENTO: espero que melhoras nesse blog!

Boa Sorte