A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Lista de livros lidos em 2010

Começando uma tradição nesse momento, toda última quinta de cada ano postarei a lista que li nos 365 dias que passaram. Aí segue a lista dos 17 que já li, e talvez eu consiga terminar o 18º.


1. Alguma Poesia - Carlos Drummond de Andrade
2. Almanaque Armorial - Ariano Suassuna
3. E Não Sobrou Nenhum - Agatha Christie
4. Revolução dos Bichos - George Orwell
5. Cemitério dos vivos - Lima Barreto
6. Entradas e Bandeiras - Fernando Gabeira
7. Contos de Fadas - Diversos Autores
8. Contos de Vista - Elisa Lucinda
9. Corpo - Carlos Drummond de Andrade
10. Tris - Ylo Barroso Fraga
11. Os espiões - Luis Fernando Veríssimo
12. 21 contos inéditos - Carlos Lacerda
13. Ladrão de Cadáveres - Patrícia Mello
14. O Burrinho Pedrês - Guimarães Rosa
15. Benjamim - Chico Buarque
16. Libertinagem - Manoel Bandeira
17.  Os Lusiadas - Camões

CA Ribeiro Neto
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* Feliz ano novo a todos!
* Thayane Freitas em Fortaleza!!!
* Camila Travassos me desafiou para fazer um texto sobre Belém do Pará, enquanto ela fará um texto sobre Fortaleza. O que vocês sabem sobre a cidade dela??????????????
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Diz que fui por aí - Luiz Melodia

LENDO NO MOMENTO: Caetés - Graciliano Ramos - pg. 165 // Dom Casmurro e os Discos Voadores - Machado de Assis e Lucio Manfredi - Cap. 68

Boa Sorte

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A sílaba perdida

Eu estava com saudade de postar uma poesia por aqui; e como não levo minha poesia a sério, mostro-a a vocês pelo blog!

A silaba perdida


Solitário sou,
mas não me julgue,
porque por mais que assim perdure,
ser só
é diferente de sozinho.


Ser sozinho,
como demonstra o diminutivo,
é uma forma de carinho consigo,
uma solidão carinhosa,
atraente, charmosa,
um estado de espirito
que quando se quer, mandamos embora.

Já estar só
é tão só,
que até a sílaba, deprimida, se indica,
entre espaços, aflita, perdida.


CA Ribeiro Neto
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* Próxima semana, última postagem do ano, começarei uma tradição: postar a lista de todos os livros que li no ano, em ordem dos que mais gostei para os que não tanto...
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Lágrimas Sofridas - Los Hermanos

LENDO NO MOMENTO: Caetés - Graciliano Ramos - pg. 50 // Dom Casmurro e os Discos Voadores - Machado de Assis e Lucio Manfredi - Cap. 58


Boa Sorte

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Todos temos medo

Lucas Lima disse que estava bom, então estou postando, mas sei que não é o melhor texto meu!




Todos temos medo



Medo todos têm e é natural que tenhamos mesmo. Mas surpreendo-me muito quando vejo alguém evitando-o com medo de enfrentá-lo. O ser humano é sempre cheio de tantas variáveis que é meio louco dizer que todos devem enfrentar seus dragões. Mas não domá-los não seria ser domado?
Medo de sair na rua, de ser assaltado, sequestrado, o escambau. Esse é o mais comum. Mas quem garante que em casa você está seguro? Marcelo Yuka falou bem: é você quem está nessa prisão! Sem querer me repetir a respeito de minha querida Fortaleza, eu não vou deixar de andar nela por receio de pilantragem nenhuma!
Um medo curioso que venho escutando muito atualmente é o medo de amar. Poxa, amar nem sempre é bom, óbvio, mas desistir de tentar é brincadeira! Posso me relacionar com uma mulher autoritária, ciumenta, broca, incompreensível e ainda ser feliz e amá-la muito. Assim como posso temer amar a melhor mulher do mundo e, assim, perdê-la. Claro que os exemplos foram exagerados, mas se você não tentar, como vai saber se será a melhor do mundo ou a autoritária, ciumenta...?
O amor é a opção mais sublime que temos para tentar viver em sociedade.
E o medo de procurar o que quer? Quantos médicos atendem sem olhar na nossa cara porque queriam ser músicos e vivem uma vida bosta? É verdade que muitas vezes não temos escolhas, temos família para criar, casa para sustentar, ou até, dependendo da vida de cada um, gasolina e motéis para pagar e precisamos correr atrás da bufunfa, dindim. Mas eu não conseguiria trabalhar numa coisa para o resto da vida que não me fizesse feliz. E eu sei que eu não generalizo tudo, o fato de eu não conseguir, não significa que outros não consigam.
Medo. Repito ele no começo de cada parágrafo porque quando ele tem a oportunidade de aparecer, ele se escancara na nossa frente. Daí então, o pulso ou o pensamento deve fechar-se; e a coragem ou os batimentos cardíacos tendem a aumentar.
O medo é a opção mais espalhafatosa que a sociedade tem para nos lembrar que somos humanos.


CA Ribeiro Neto
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* 17 livros lidos no ano! Para quem tinha a média de 9, quase dobrei. Não vou pegar um livro pequenino só para fechar os 18!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Gol anulado - João Bosco

LENDO NO MOMENTO: Diario do Hospício e Cemitério dos Vivos - Lima Barreto (apêndices) pg. 257 [eu tinha emprestado quando acabei o romance mesmo, agora vou ler os apêndices] // Dom Casmurro e os discos voadores - Machado de Assis e Lucio Manfredi - cap. 51.

Boa Sorte

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

7 filmes que marcaram a minha vida

Em ação conjunta Blogs de Quinta, eis a minha lista de 7 filmes que marcaram de alguma forma a minha vida. Não estão em ordem de importância e nem é preciso dizer que é uma tortura empolgante fazer essas listas, deixando outros títulos de fora!

7 filmes que marcaram a minha vida


Rei Leão – Este filme foi um dos poucos VHS que minha família comprou e eu assistia quase toda semana! Foi também o primeiro filme que me fez chorar no cinema, em pleno Cine São Luis! Uma história bonita, umas paradas muito engraçadas, as músicas de Elton John e Ed Motta e um ensinamento que carrego para toda a vida. E uma crônica feita agora depois de crescido - enquanto um gnu não me atropelar! [Quem quiser ler a crônica clica aqui]
Ilha das Flores – é um curta metragem feito pelo Jorge Furtado que, de uma maneira bem humorada e crítica, mostra como as vezes modificamos as prioridades por medidas humanas que acabam se tornando incoerentes. Na ilha das flores, não há flores, só lixo. E lá, porcos tem mais direitos que humanos. - que são mamíferos de tele-encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor.  [Como é um curta, dá para assistir agora, clicando aqui para ver a parte 1 e aqui para assistir a parte 2]
Linha de Passe – Do diretor Walter Salles, esse filme me inspirou numa das minhas melhores crônicas [Quem quiser ler a crônica clica aqui]. Fala de uma família composta da mãe e seus quatro filhos; cada um buscando seu sonho e, consequentemente, enfrentando suas dificuldades. O final é surpreendente. Saí do cinema hipnotizado.
Abril Despedaçado – Também do Walter Salles, já deu para perceber que gosto do trabalho dele. Impossível negar sua relação com o livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos - mas não tem a Baleia! Mostra fielmente a cultura e o cotidiano do interior nordestino e mostra como nós também temos o poder de padrões que chegam a se tornar carmas.
Trilogia De Volta Para o Futuro – melhor trilogia de todos os tempos do cinema, este filme engloba diversos elementos fascinantes como ficção científica, amor, aventura, comédia. Tem um roteiro complexo, bem estudado e envolvente. O que mais gosto é o 2, então, antes que me chamem de covarde ao escolher uma trilogia, eis o meu preferido.
Pequena Miss Sunshine – um filme fabuloso, que me influenciou também, na construção do meu livro Desenho Urbano [sem edição]. Fala de como todos temos defeitos e de como em momentos difíceis esses defeitos se acentuam. Também de como precisamos do próximo e, principalmente, de como não precisamos nos preocupar com a opinião alheia.
O Grande DitadorCharles Chaplin é o grande nome do cinema de todos os tempos e ele não pode faltar em nenhuma lista. Todos sempre citam Tempos Modernos, mas eu fico com O Grande Ditador, que é um grande filme também. Além da famosa cena do Hitler dançando com o Globo Terrestre [Assista à cena aqui], ou Hitler e Mussolini brigando com comidas, ou a historinha de amor do barbeiro com a mocinha. Tudo é muito bonito e ácido, vale a pena assistir!


CA Ribeiro Neto
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* Semana cansativa, mas agora que o fim de ano começou! Folga amanhã é ouro!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Nem o pobre nem o rei - Gonzaguinha

LENDO NO MOMENTO: E não sobrou nenhum - Agatha Christie - pg. 187 // Dom casmurro e os discos voadores - Machado de Assis e Lucio Manfredi - cap. 38.

Boa Sorte

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Fortaleza, minha querida – parte 2

Eis a segunda parte do texto sobre Fortaleza. Próxima semana Ação Blogs de Quinta - 7 filmes que marcaram a sua vida!


Fortaleza, minha querida – parte 2



Continuando os textos com curiosidades sobre a minha amada Fortaleza, falo agora do nosso nascer e pôr do sol. Sabe aquelas imagens hollywoodianas em que o sol aparece ou some no mar, com muito laranja e o reflexo nas águas? Pois é, na grande maioria das capitais mundiais só se ver essa beleza ou de manhãzinha ou à tardinha. Fortaleza é a única capital brasileira a ver o nascente e o poente no mar. Sem falar que o céu fica lindão, com azuis, violetas, vermelhos, laranjas e amarelos. Foi mal, Hollywood, a gente tem isso duas vezes ao dia!
Agora, muita gente pensa que o Ceará é conhecido como Terra da Luz por causa do sol – que de tão quente chega a ser inebriante –, mas, na verdade, são dois outros motivos. O primeiro, mais óbvio, é que aqui teve a primeira manifestação de abolição da escravatura, na cidade de Redenção, em 1884, e que depois se espalhou por todo o Estado, sendo a capital, Fortaleza, a segunda cidade a adotar a libertação dos escravos.
É verdade que aqui havia poucos escravos, justamente por não ter se desenvolvido tanto a cana-de-açúcar, então, não havia tanta necessidade em tê-los por aqui. E isso justifica o fato de vermos poucos negros em nossa sociedade – quando o vemos, descobrimos que veem de outros Estados. Mas é preciso deixar claro que essa iniciativa abolicionista partiu de frentes oligárquicas e teve também apoio dos jangadeiros.
Daí veio o Dragão do Mar, um pescador que já não queria mais dá uma de gondoleiro de Veneza – até porque esta fica na Itália e não na imitada França. Esse serviço era utilizado porque nosso porto sempre foi raso e os navios atolariam se chegassem mais perto. Um desses pescadores resolveu reivindicar contra isso lá na capital e rumou, de jangada, para o Rio de Janeiro, ficando conhecido por Dragão do Mar, devido à coragem.
Mas não foi esse o único motivo para o Ceará ganhar seu apelido luminoso, digo, carinhoso. Lembrem-se que Paris é conhecida como a Cidade Luz e nada melhor do que imitá-la também no termo mundialmente conhecido. No caso, utilizaram a desculpa da abolição para adotarem a mesma alcunha.
Já que chegamos nas gaiatices cearenses a níveis importados, vamos à origem do termo “baitola”. Quando foram construir a linha férrea de Fortaleza, inventaram de chamar um inglês meio afeminado para ser o engenheiro da obra. Este, muito preocupado com a bitola – distância padrão dos ferros do trilho –, não parava de gritar tal termo, mas com o jeito gringo de falar, tornando a fonia do “i”, num “ai”.
Imagine um inglês que suspeitavam de sua heterossexualidade gritando “Olha a Baitola! Olha a Baitola”, em meio aos peões, cearenses como cada um sabia ser? Dá para imaginar que isso caiu logo na picardia. O termo acabou virando sinônimo de homossexualismo e por muito tempo só entendia isso quem era cearense, até que nossos muitos humoristas levaram para o resto do Brasil.
Mas, falando em minorias oprimidas e termos cearenses, tem também o caso do “Queima Quengaral”. Havia no Centro da cidade uma galeria como essas que ainda encontramos – bem raros, é verdade – nas grandes capitais. Quem conhece galerias sabe que em cada andar tem a venda de um tipo de produto; e  no último andar desse prédio era o puteiro. Certo dia a galeria pegou fogo e todos correram o mais rápido que puderam para fora do lugar, menos as conhecidas “quengas”. Como elas ficavam no último andar, elas subiram até a cobertura para pedir socorro. Ao invés de ajudar, os moralistas de ocasião e gaiatos de sempre começaram a gritar “Queima Quengaral” e o termo acabou se tornando algo parecido com “jogar lenha na fogueira”.
Para se ter uma ideia de como cearense gosta de uma fuzarca, havia aqui em Fortaleza o Cajueiro da Mentira, onde os malamanhados se reuniam para ver quem contava a história mais cabeluda. Tinha até campeonato e data comemorativa! Como podem mais uma vez ver o espírito inovador cearense, eis o começo do Stand up mundial! O curioso é que alguns estudiosos discutiam se ele realmente existiu ou se era, digamos, invenção! Já pensou? O Cajueiro da Mentira ser uma também? Mas agora já tem foto e tudo dos eventos que lá existiam.
Mas evento maior que a vaia ao sol não existiu e nem existirá. Fazia três dias que chovia sem parar. Para quem não é daqui, isso é muito raro. Chover por três dias, o dia todo, eu nunca vi. Mas justamente por isso os cearenses estavam adorando. Pareciam pinto no lixo. No terceiro dia as nuvens começaram a se abrir e o sol surgiu entre elas. Então, os presentes na Praça do Ferreira, atingidos pela mesma comoção, pela mesma indignação, fizeram coro encorpado e uníssono. Meteram-lhe uma bela de uma vaia, que encabulou Hórus, Tupã e Luis XIV de uma vez. Até porque nossa vaia não é “uuuhhhhh” como no resto do mundo. Nossa vaia é um “iiiiiiiieeeeeeeeeeeeiiiiiii” que encabula mais porque ainda assusta quem a escuta pela primeira vez, ainda mais quando se é o alvo.
Fortaleza tem essas e muitas outras histórias e cada morador sabe um pouquinho delas, porque elas não só se renovam como também surgem outras, como o assalto ao Banco Central, por exemplo. Então, quem sabe, esse texto não será o último sobre essa cidade nesse blog.


CA Ribeiro Neto
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* Ontem foi o primeiro ensaio da nova banda! Foi um começo legal, mas ainda há muito por vir.
* Blogs de Quinta com a capacidade máxima! 15 membros! Mas nem todos ativos...
* Atenção aos quinteiros,  Ação Blogs de Quinta - 7 filmes que marcaram a sua vida! Todos que quiserem participar, postem sua lista de 7 filmes na próxima quinta.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Comportamento Geral - Gonzaguinha
LENDO NO MOMENTO: 100 melhores crônicas brasileiras - Joaquim Ferreira dos Santos - pg. 322 // Dom Casmurro e os Discos Voadores - Machado de Assis e Lucio Manfredi - Cap. 2

Boa Sorte