A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Conjugando o conjugado

Continuando a série 'Nossa Língua Portuguesa', entramos na fase da morfologia. 'Conjugando o conjugado' é um poeminha bem antigo meu, por isso tão simples, onde conjugo o verbo errar no pretérito perfeito e no futuro do presente, variando entre os versos os mesmos objetos indiretos. Ela é muito simples, não liguem, toda poesia tem sua importância evolutiva!!! hehe


Conjugando o conjugado

Eu errei por te querer
Tu erraste por não perceber
Ele errou por aparecer
Nós erramos por não nos entender
Vós errastes por não me ver
Eles erraram por não saber

De forma errada
Fomos errando
Descobrindo que errar
Também é humano

Eu errarei por não perceber
Tu errarás por não nos entender
Ele errará por não te ver
Nós erraremos por não saber
Vós errareis por aparecer
Eles errarão por te querer


CA Ribeiro Neto
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* Depois de consertado o pc, dá problema na internet...
* Em lan house, mais uma vez.
* Tudo normal!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: O barulho do ventilador que, por sinal, não está resolvendo seu papel.

LENDO NO MOMENTO: Almanaque Armorial - Ariano Suassuna - Pg. 132

Boa Sorte

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Do amor e todas as suas vidas

Em prosseguimento à série 'Nossa Língua Portuguesa', 'Do amor e todas as suas vidas' é uma poesia que tenta, sem conseguir, óbvio, explicar o amor de uma forma nada explicativa! hehehehe Utilizo, na poesia, os sentidos de plural e singular, sujeito e objeto - colocando como opostos dentro do estudo da língua portuguesa, mas na verdade, uso outros sentidos das mesmas palavras. O mesmo faço com o autoritário e democrático, da ciência política. Assim, coloco o amor como algo que tem características opostas isoladamente, mas que acabam se completando. Não sei se vocês se lembram, mas tem um trecho dessa poesia que faz parte de uma música da Dalila Fonteles, já postado no blog dela.


Do Amor e todas as suas vidas


O amor é plural.
Sumariamente diverso
De tudo e de todas as suas vidas.

O amor é singular.
Único, incomparável
E não serve de exemplo para ninguém.

O amor é sujeito.
Ativo, inconsequente
E age tão somente por conta própria.

O amor é objeto.
Tem forma e consistência,
Apesar de ser puramente abstrato.

O amor é autoritário.
Pungente e sem lógica.
Não dá direito de escolha.

O amor é democrático.
Onipresente e é propagado
Por diferenças e olhares.

CA Ribeiro Neto
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* "Acabou nosso carnaval/ Ninguém ouve cantar canções/ Ninguém passa mais brincando feliz/ E nos corações/ Saudades e cinzas foi o que restou"
* Minha irmã agora faz parte do Blogs de Quinta!!! Jéssica de Sousa - www.kekadesousa.blogspot.com.
* "E no entanto é preciso cantar/ Mais que nunca é preciso cantar/ É preciso cantar e alegrar a cidade"
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Temples of Gold - Kamelot - Quem estava escutando, na verdade, era meu irmão, senão certamente seria uma música brasileira!

LENDO NO MOMENTO: Almanaque Armorial - Ariano Suassuna - Pg. 115.

Boa Sorte

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Agora, sinto

Pessoal, começo hoje uma nova série que pelo menos o Marcelo Almeida vai gostar! hehehe. Vou mostrar meus textos que têm referência da Gramática Normativa da Língua Portuguesa! A série intitulada 'Nossa Língua Portuguesa' terá 5 textos (4 poesias e uma crônica), onde duas falaram de sintaxe (Agora, sinto; Do amor e todas as suas vidas) e três de morfologia (Afavelmente factual; Conjugando o conjugado; Que sejam bem felizes: Clara, Cartola e eu)! Agora a que posto é 'Agora, sinto', onde cada estrofe utiliza um tipo de aposto, respectivamente: enumerativo, recapitulativo, oracional e explicativo.

Agora, sinto

Lembro-me de ti com facilidade:
Uma música que fale sobre saudade,
Uma poesia de amor sofrido,
Uma menina tímida com um belo sorriso,
Uma daquelas lanchonetes por toda a cidade.

Quando vejo uma criança brincando na rua,
Quando escuto sobre uma deusa do camdoblé,
Quando vejo uma pele igual a sua,
Quando comungo contigo a nossa fé:
Tudo ao meu redor para ti conflua.

Agora, sinto, desabafo:
Quanto mais ficamos afastados,
Mais sinto falta de tê-la ao meu lado.

Então, desculpe-me, por favor:
Por não estar contigo aonde você for.
Também comungamos o mesmo choro e a mesma dor.

CA Ribeiro Neto
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* As coisas andam calmas demais.
* Tudo em sua normalidade.
* Carnaval em Fortaleza. Eh nóis!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Copo Vazio - Gil Luminoso - Gilberto Gil

LENDO NO MOMENTO: Almanaque Armorial - Ariano Suassuna: Pg. 106
Boa Sorte

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Coelho que perdeu da Tartaruga e o Tigre

Bem, encerrando, por enquanto, a série 'O Recado está dado', 'O Coelhor que perdeu da Tartaruga e o Tigre' é uma fábula que demorei quase 3 anos para terminar. Iniciado em 2007, acredito que perceberam no próprio texto o que foi escrito naquela época e qual foi escrito no final de 2009. Eu até tentei explicitar uma moral da história, mas prefiro que cada um retire a sua!




O Coelho que perdeu da Tartaruga e o Tigre.

Depois de perder para a Tartaruga na corrida, o Coelho foi, cabisbaixo, para sua toca. No meio do caminho, encontrou o Tirano Tigre que, na falta de um leão, se tornou Rei. Muito ironicamente ele falou para o Coelho:

- Oh, pobre Coelho! Toda a floresta já sabe do seu desespero!
- Ora, deixe-me sozinho! Pior que perder é escutar tantos cochichos!
- Veja como fala comigo! Lembre-se de quem sou, não seja cínico!
- Espero que me compreenda, mas vou me retirar. Com sua licença...
- Antes de se despedir, eu também lhe desafio, para que que agora perca de mim!
- Quem sou eu para disputar com tão ilustre realeza? Não vou ganhar, disso eu tenho certeza...
- Não aceito um não como resposta. Você deve ter é gratidão por essa minha proposta! Partiremos do Vale do Algodão, passaremos pela Encosta do Rio Mangueirão e a reta final será num canto que jamais esquecerão: o Precipício do Antigo Leão; quem não cair, será o campeão!
- Já que não tenho escolha, vou me preparar com minha amiga raposa. Até qualquer dia, Vossa Senhoria!
- Nada disso, Coelho gaiato, antes de ir embora, assine este contrato. Com sua via, chegue aqui amanhã, por volta do meio-dia, pois quero lhe deixar logo como um rato ou quem sabe uma cotia!

De contrato em punho, o Coelho correu para pensar o que faria.
No dia seguinte, no horário combinado, lá estava o Tirano Tigre preparado, quando o Coelho chegou, meio ressabiado, e foi logo cumprimentar seu adversário:

- Boa tarde, Vossa Realeza, por um acaso o senhor não deseja que eu desista logo, encerrando, assim, este diálogo?
- Claro que não, seu molenga! Alongue-se logo para que não tenha nenhum problema!
- Pois não, Vossa Tigresia! Já tive tremelique, asia, até uma disenteria, por isso acredito que o meu organismo já está preparadíssimo!
- Que assim seja, vamos ao ponto de largada, como choveu um bocado hoje, a estrada está enlameada, então, cuidado com as derrapadas! (quando o Tirano Tigre dá uma grande gargalhada).

O Tirano Tigre era arrogante, mas não era burro, sabia que o Coelho perdeu para Tartaruga, mas não deixou de ser rápido. O rei fajuto também era, mas como ele não queria arriscar, mandou complicar o percurso para garantir a vitória e depois só comemorar.

A coruja foi a convidada de honra para acionar a sirene de largada, então os dois partiram, com uma certa vantagem para o Coelho. Ainda no Vale do Algodão, o Coelho ficou encoberto no meio da plantação e não percebeu a teia de aranha reforçada que o Tirano Tigre mandou colocar para enlaçá-lo. Caiu na teia quando o grande felino pula por cima dele e toma a liderança.

Sem conseguir sair, acabou recebendo a ajuda de sua amiga raposa que, esperta, já imaginava as maracutaias que o Tigre iria aprontar:

- Amigo Coelho, eu já imaginava que esse Tigre não receberia bons conselhos! Vou salvar-te desse novelo para que ganhes essa corrida com zelo!
- Obrigado, amiga raposa, serei eternamente grato por vossa nobreza! É certo que sua esperteza não é sinônimo de safadeza, sua honestidade é tesa!

Então, Coelho correu o mais rápido que pôde para recuperar a desvantagem que tinha do Tirano Tigre. Nas proximidades do Rio Mangueirão, o Tirano passou a correr mais vagarosamente, com medo de cair dentro d'água, seu trauma de infância.

Com isso, o Coelho conseguiu se aproximar até chegar a ponto de ultrapassá-lo, quando mais um truque do Tigre foi acionado: o Coelho foi desequilibrado por um vôo baixo do corvo, assessor particular do rei, o que fez a lebre cair dentro do rio.

Como o Coelho não sabia nadar, ficou a se espernear dentro d'água, quando alguém inesperado emergiu das águas doces do Mangueirão: a Tartaruga campeã socorreu seu antigo adversário, pois este não merecia perder dessa forma. Em meio à tosses, o Coelho agradeceu:

- Oh, Tartaruga, muito obrigado, saiba que aprendi muito com o recado que em nossa corrida me foi dado.
- Por nada, Coelho, mas ande, corra sem demora, não vá deixar agora que aquele déspota consiga a glória!

Então, o Coelho retomou a corrida que já se despontava ao fim. O Tigre já pousando soberano, desfilava numa alegria terrível. Quando todos lá trás gritavam a aproximação do Coelho, o Tirano se enfezou e correu como pôde para terminar de vez a corrida. Correu tanto e tão ferozmente que, não conseguiu parar a tempo de cair no Precipício do Antigo Leão. Logo depois chegou o Coelho, que não se aperreou e freou sua chegada sem acabar com sua vida. O Precipício que antes tinha o nome de um rei, agora se chama o Precipício Dos Que Se Proclamam Rei.

O Coelho, que não comemorou em respeito ao incidente, se afastou com os amigos alegres e contentes; aproveitando para discutir a eleição da Raposa para Presidente.

CA Ribeiro Neto
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* PC sem HD, é bem mais complicado! Sorte a minha que Linux roda apenas com o cd de instação...
* Sem mais.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Nada.

LENDO NO MOMENTO: Almanaque Armorial - Ariano Suassuna - Pg. 85.

Boa Sorte