A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Editorial do 6º NEM - Solidão

Bem, chegamos ao último NEM feito até hoje, mas não a última postagem desta série. Posto hoje o editorial do PH, muito bem escrito, por sinal. Na próxima semana posto o editorial que fiz, mas que escolhemos o do PH por questão de talento, óbvio! heurheurheuhruerheurheuh



Editorial

Alguma vez você já se sentiu só? Olhou em volta de si e provou o gosto amargo da sensação de está sozinho, preso dentro do seu próprio EU, cárcere do corpo? Abdicou o direito de partilhar suas mágoas, desejos, alegrias e sentimentos por falta de um alguém presente naqueles momentos?

É difícil crer que não há quem nunca não tenha se sentido só, absoluta e irremediavelmente só. Ainda que caminhando numa rua de uma gigantesca metrópole, apinhada de gente ou mesmo durante uma festa com os amigos é possível sentir a dor trazida por essa “companhia” nada convidativa.

A solidão é um estado interno, a principio um sentimento de que algo ou alguém está faltando.¹ O paradoxo social contemporâneo é convivermos o dia-a-dia com tanta gente e ao mesmo tempo nos sentirmos solitários. Muitas são as situações geradoras de solidão: existe a solidão gerada pelo próprio poder, a solidão decorrente da riqueza, a solidão dos bem e mal casados, a solidão dos velhinhos rejeitados com suas memórias, abandonados nos asilos; a solidão das crianças órfãs, a solidão da loucura, a solidão imposta pela morte.

Seja qual for a causa, essa sensação de vazio, mesmo estando com alguém do lado, muitas vezes é insuportável. Por isso, ao longo de gerações a solidão é tema para muitos poetas. O compositor Cazuza soube passar a verdadeira agonia de estar só, porém acompanhado - "Solidão a dois de dia, faz calor depois faz frio... Meu mundo que você não vê, meus sonhos que você não crê". Já o filósofo Schopenhauer, um dos muitos pensadores solitários, talvez até anti-social, preferia a companhia agradável de seu cão Atma à companhia humana!

Responder a esse sentimento, portanto, deve ser próprio de cada ser. Alguns conformados, muitos lastimando, outros tantos, sorrindo pra si.

A solidão, quando bem resolvida, pode ser o caminho pra felicidade que tanto se almeja. É o tempo pra se encontrar, fazer o que gosta na hora que quer, ser dono(a) do seu tempo e da sua atenção. Afinal, estar só não quer dizer ser solitário(a)

Leia as páginas seguintes do nosso NEM Solidão e descubra o prazer de estar sozinho nesse momento!



Pedro H. Rabelo

¹ Definição da psicóloga Elaine Lilli Fong.
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* Próximo encontro do Grupo Eufonia será na próxima segunda-feira, das 19h às 20h.
* O local será na Livraria Awaeté, no Benfica.
* Por enquanto é isso, mas quem sabe vem mais.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Pagode Russo - Orquestra Imperial
LENDO NO MOMENTO: Tris - Ylo Barroso Fraga

Boa Sorte

quinta-feira, 22 de abril de 2010

2º Editorial do 5º NEM - Saudade

Como mencionei na quinta passada, o texto dessa semana é mais um editorial de Marcella Facó, que também fez parte do NEM Saudade. Para mim, o dela está muito melhor do que o meu, e eu nem me lembro porque não ficou só um, então, não posso explicar qual foi o motivo... hehehehe. De qualquer forma, ficou bem legal a 1ª e última páginas com editoriais.


 
Editorial

Ah! Tanto se fala sobre o amor... Tanto se fala sobre a dor... Tanto se fala sobre a natureza humana...

Há algo, entretanto, que provém do que o ser humano tem de mais íntimo e puro, que pode causar dor se vier em doses exageradas e que , sem dúvida, é filho do amor. Esse sentimento pode não ser uma musa tão renomada quanto seu pai, mas certamente é louvável, tão louvável que é poeta.

Sim, poeta. Quem melhor do que a Saudade para falar de reencontro?

Quem melhor do que a Saudade para falar de lembranças?

A Saudade é uma fada, que brinca com amor nos momentos de espera, pena que nem sempre o amado retorna para que seja concluída a mágica desse ser encantado.

A Saudade é o doce, a sobremesa e, muitas vezes, até o tempero de encontros, de sentimentos, de um momento.

A Saudade é professora, ensina a valorização do que é amado.

Oh! Que bela filha tem o amor. Imagino-a colorida como um arco-íris, mesmo conhecendo a dor que ela pode causar.

Mas são somente conceitos de uma jovem dama. Que dizem os outros viventes?


Marcella Facó
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* Depois de 2 anos trabalhando no nome 'Meio Humano, Meio Urbano', mudo o título de meu livro para 'Desenho Urbano' e estou bem feliz com isso!
* Fora isso, vem novidades por aí, mas só exponho quando tudo se realizar.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Luz Negra - Nelson Cavaquinho (que música massa, mah)

LENDO NO MOMENTO: O que um aldeão pode fazer em favor da fé - Deodato Maria da Silva - Pg 133

Boa Sorte 

quinta-feira, 15 de abril de 2010

1º Editorial do 5º NEM - Saudade

1º Editorial porque nesse NEM fizemos dois editoriais: o meu, na primeira página, e o segundo, da Marcella Facó, que postarei próxima semana, na última. Falamos sobre saudade e toda a bagagem sentimental que esta palavra traz. Quem nunca sentiu saudade, que atire a primeira pedra de indiferença.



Editorial

“Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu” Chico Buarque

Sim. A saudade pode ser triste. Pode carregar a dor de uma separação, seja essa vinculada a uma paixão, família, amizade e etc. O sentimento de perda é algo superado por poucos de nós e os que já superaram, sofreram bastante.

O melhor amigo que se mudou para longe, para acompanhar o emprego do pai; os pais que já se foram; a prima quase irmã, que foi para o exterior à estudo; o brinquedo que você quebrou, num instante de raiva e que depois sua mãe jogou fora; a lembrança dos velhinhos, dos seus tempos de mocidade e a amargura por não retrocederem na idade; o ex-namorado, que também é seu vizinho, e que estuda no mesmo colégio, que freqüenta a mesma academia e tem o mesmo círculo de amizade e que, mesmo assim, faz uma falta danada.

Por isso esse tema foi escolhido, de forma unânime, pelo Grupo Literário APPLE. Todos já sentiram saudade, tanto nós que fazemos o NEM, como você, leitor.

Foi nessa identificação que buscamos tocá-los, seja cutucando a ferida, seja fazendo cafuné. Mas para deixar clara a nossa real intenção, termino minhas palavras com o trecho da música “Que nem jiló”:

“Saudade: Meu remédio é cantar!” Luiz Gonzaga.


CA Ribeiro Neto
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* 11 livros já comprados na Bienal, acho que já tenho livros suficientes para daqui há 2 anos...
* Mas ainda estou enamorando um do João do Rio, além do Dom Quixote.
* Tudo em paz.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Nara Leão - Minha Namorada

LENDO NO MOMENTO: O que um aldeão pode fazer em favor da fé - Deodato Maria da Silva - Pg 80.

Boa Sorte

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Significados - 4º NEM - Chão

Então, antes da Marcella Facó apresentar o editorial do NEM Chão, eu tinha escrito uma prosa rimada para ser o editorial. Como ela fez um também, resolvemos variar e colocar o dela como editorial e eu transformei a minha prosa em uma poesia sobre os significados do chão. Para a postagem aqui no blog, eu retirei uma parte do final, pois este estava muito tosco e essa nova versão que irá para o e-NEM.


Significados

Chão. Nome duro e forte
Como o significado pede.
Firme sempre que é preciso,
Oscilante em terrenos imprecisos.
Segura a frágil rosa
E o grande furacão.

O chão pode não parecer flexível,
Mas me explique com clareza,
A variabilidade e a destreza
De seus significados escondidos?

Ele ou a sua ausência,
Podem demonstrar carências
Diante de problemas.
O que seria da cegueira,
Do momento de tristeza,
No cantinho da parede?

O chão segura a queda,
Aceita o abraço,
Causa muitos machucados,
Se molha com muitos prantos,
Recebe rezas de vários santos
Para que a natureza floresça
E abasteça o sertão,
Utopia ou devoção,
Se você quer explicação.

Ele não se aborrece
Ao ser pisoteado,
Melhor é ser lembrado
Pela firmeza de si mesmo.
Muito melhor é não ter medo
De não ser sempre útil,
Já que esse é o último
Pensamento que ele tem.

Afinal, a certeza que ele tem,
É de que sempre vai ter alguém
Para ajudar,
Mesmo que seja para guardar
Um corpo em silêncio.
Um trabalho tão intenso,
Intitulado de paz eterna.

Merece a nossa gratidão,
Pois aguenta a humana indecisão:
Na tristeza, saem em choradeira,
Dizendo “perdi meu chão”,
Na alegria, pulam em demasia,
Gritando um “sai do chão!”.

Na seca, no alagamento,
Na areia ou no cimento,
No tempo bom ou no ruim,
Ele sempre estará ali.
Para te receber e te perdoar,
Para te entender ou apanhar.
Para te fazer companhia,
Até quando você quer ficar sozinha.
Sua presença é certeza,
Onde quer que você esteja.

CA Ribeiro Neto
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* Olha a bienal aí, negada! Vou muitos dias, caso queiram companhia!
* Tudo em sua normalidade.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Acender as Velas - Nara Leão
LENDO NO MOMENTO: O que pode um aldeão em favor da fé - Deodato Maria da Silva - Pg 45
Boa Sorte

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Editorial do 4º NEM - Chão

Pois bem, em contraste com o NEM passado que falava se sonhos, escolhemos para sequência o tema chão, entendendo-o como a realidade, o material e o próprio chão que pisamos. Esse editorial não foi feito por mim e sim por nossa nobre colega, e membra do Blogs de Quinta, Marcella Facó. Então, na próxima semana, postarei o texto meu que integrou esse NEM. A Marília Maia me emprestou um exemplar do 1º NEM, porém, o editorial dele nada tem a acrescentar a essa série, então, eu farei a versão e-NEM para quem se interessar em lê-lo.



Editorial

Com o tempo, a escrita ficou marcada pela ficção, por palavras exageradas, por deliciosos delírios de homens brilhantes. Mas escrever é mais do que isso, é expor pensamentos e visões em uma folha de papel. É criar um vínculo entre viventes e a sua mente.


Não precisa haver algo irreal em um texto para haver magia, pois esta está nas mãos do escritor, em todo seu ser, na verdade, e nos olhos do leitor.


Até mesmo a pior realidade pode criar a mais bela magia. Abdicar do real é não ser completo, é fingir que um mundo, uma eternidade não existem e você não faz parte dela.


Por isso, esse NEM vem, de várias formas, falar sobre o chão e não sobre o céu. Falar sobre o que vemos, vivemos, somos e pensamos. Algumas vezes, unindo o exagero dos sonhos e a discrepante realidade.


Delicie-se com essas palavras, sejam elas frias como a realidade de muitos, sejam elas cruéis como a verdade de grandes povos, sejam elas doces como a visão de uma criança ou o olhar de um apaixonado, sejam elas esperançosas como a alma de um idealista.

Marcella Facó
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* A vida anda calma e a alma vive parada.
* Para quem não conseguiu ver o vídeo que coloquei aqui semana passada, leiam o texto nesse outro link.
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Um Toque - Luiz Melodia

LENDO NO MOMENTO: Dando uma pausa nos livros literários, para ler um religioso.

Boa Sorte