Cabeça pediu para eu não falar de amor, e falar de umas fuleragens. Então vou primeiramente colocar um conto meu, onde conto fatos da minha infância, mas com um final diferente do meu.
De Pé em Pé por Aí
Não tenho do que me queixar quanto a minha infância. Apesar de sempre ter morado numa cidade grande, tive meus momentos de criança bem vividos.
Tá certo que meu bairro – Messejana – lembra cidade de interior, mas a urbanização era bem presente em minha vida. Shoppings, cinemas, pizzarias, parques etc. (minha mãe conhece bem Fortaleza). Por isso, praticamente vivi num meio termo entre o urbano e o rural.
Nasci na segunda metade dos anos 80 e o Brasil já tinha passado por poucas e boas. No entanto, fui criado num misto de conservadorismo (em sua maioria) e de um pouco reflexo de democracia que nascia no país.
Estudar era obrigatório, mas depois da tarefa de casa... entrava em ação as brincadeiras. Se o sol ainda estava muito quente, era em casa, com meu irmão, se passava das três e meia da tarde (naquele tempo, nesse horário já estava bom), era na rua.
Em casa, o que prevalecia era os jogos que faziam pensar. Lego e Playmobil, principalmente. Nunca tive um boneco dos Comandos em Ação, armas de brinquedo, só quando era presente de alguém que não conhecia a filosofia de minha mãe.
Na rua, o negócio era correr mesmo. Futebol, carimba, bandeirante, esconde-esconde, pega-pega, joão-ajuda etc. Mas tinha uma brincadeira curiosa que fazíamos parar de correr: A escolha do líder da rua. Sempre eu e meu irmão se candidatávamos e eu sempre vencia.
Vídeo game e tive, mas não me viciei. Era um Master Sister, com Sonic na memória, uma fita dum jugo de luta (eu não gostava desse) e uma fita de tênis (do tempo em que o André Agassi era magro e cabeludo).
Só tenho uma coisa à reclamar da minha infância... vejo em vários textos nostálgicos, a graça que era roubar fruta do pé do vizinho.
Entendam meu problema. A fruta que eu mais gosto é abacaxi. Onde é que vou encontrar um pé de abacaxi dando sopa na casa de alguém? E se por um acaso eu encontrasse, como eu comeria uma fruta dessas? Com sua coroa e casca espinhentas, seria difícil... eu teria, então, que andar com uma faca (!!!) para o caso de um dia, quem sabe, talvez, se eu tivesse coragem de pegar um abacaxi, se casualmente eu encontrasse um pé por aí!
Saindo da fruta que eu mais gosto... o povo aqui não tem o costume de ter árvores frutíferas em casa. O que mais aparecia era jambu. Teve um tempo que tinha sete pés dessa fruta na minha rua. O negócio é que, coincidentemente, o jambu mais doce, com mais polpa e em maior quantidade dava lá em casa. Qual é a graça de roubar fruta da sua própria casa? Até porque não seria roubo pegar algo que já é seu!
Tudo bem! Acho que não fiquei traumatizado, acho. Agora que sou carteiro, aproveito minhas andanças para procurar a relação muro baixo – pé de abacaxi, e sempre com uma faca na bolsa. Nunca se sabe o que há de se encontrar por aí!
.Carlinhos Ribeiro.
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* Férias, doce férias!
* Lendo Manifesto Comunista de Marx.
* Férias doce férias!
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Um texto meu sobre a vida!
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Disritmia - Martinho da Vila
Boa Sorte