Bem, ao contrário do que falei semana passada, não começarei uma nova série. Vou postar um texto avulso - um crônica, como muitos pediram - e depois vejo o que posto na próxima semana.
Meu aniversário foi na segunda-feira passada e geralmente faço uma postagem especial em homenagem a mim mesmo. Mas nesse ano eu não planejei nada disso, entenderão porque na crônica, mas tive que escrever essa crônica depois do que me aconteceu no dia 28 de setembro de 2009. Acho que nunca falei tanto de mim num texto meu! Tomara que gostem.
Feliz inesperado aniversário
Nunca fui muito de aniversário, muito menos esse. Não estava com vontade, ânimo, nem motivo para comemorar, afinal, tudo na minha vida está ainda incerto por demais e isso muito me inquieta. Bobo que sou, elaborei minuciosamente e com antecedência todos os caminhos para me esquivar de toda e qualquer manifestação de festa que fossem organizar ou promover no meu aniversário.
Nada podia dá certo. Não sei direito, mas, aparentemente, eu queria mostrar para o mundo todo – ou para o mundo ao meu redor – que eu não estou bem, o que é, de fato, verdade. Sei lá, tantas coisas na vida me imprensando contra a parede. Faculdade, trabalho, futuro e mais. Também, as vezes, talvez agora, faço-me muito de coitadinho, mas sempre coitadiando-me com a verdade, sem invenção.
Chegou o grande dia, vinte e oito de setembro, fiz vinte e três anos. Vou para a Casa de Cultura Portuguesa, para minha aula de português. Antes de continuar, preciso falar mais desse curso. Comecei a estudar lá no meio do ano passado, querendo aprender mais de minha língua pátria, e assim, evoluir em meus escritos literários e acadêmicos. Aprendi bem mais que isso, logo no primeiro semestre fiz grandes amigos, principalmente um grupo de “concurseiras” que sempre deixam-me fora do assunto! Ao contrário do que acontece nesses cursos de línguas, fizemos uma grande amizade.
No segundo semestre essa amizade se intensificou, quando fazíamos festas de aniversariantes todo santo mês, o que era bem interessante. No terceiro semestre, esse atual, a maioria de nós ganhou problemas novos ou intensificou os antigos, o que não diminuiu a amizade, mas extinguiu festas e comemorações.
Bem, voltando ao dia do meu aniversário, vinte e oito de setembro, fui para a aula, com todos os planos friamente elaborados previamente. Chegando lá, ninguém me deu os parabéns. No final da aula, pediram-me para xerocar o material de revisão e, então, saí da sala. Quando volto, eis o que tenho a minha frente? Uma festa.
Plano A, plano B, não lembro mais de nenhum! Além de não botar em prática os meus planos, ainda fui enganado, duas coisas que não gosto que aconteça, mas que, no entanto, não me chatearam de jeito nenhum. Pelo contrário, adorei a surpresa!
Era uma festinha bem simples. Um bolinho de supermercado, um refrigerante, os poucos amigos que restaram em pouco mais de um ano – as “concurseiras” –, a professora – que disse que imaginava qual tinha sido o meu pedido na hora de apagar as velinhas, em referência à prova da próxima semana – e eu com um sorriso enorme no rosto.
Realmente eu tinha muita coisa para fazer depois da aula, e eu já estava cansado com antecedência, além do cansaço acumulado das várias semanas de estudo e trabalho, mas naquele momento eu estava feliz e renovado – fato que não estava previsto na elaboração dos planos.
Pensando depois, entendi porque brasileiro gosta de comemorar aniversário, feriado, carnaval e tudo mais: são os momentos que podemos fugir de nossos problemas e de nosso mundo desigual e injusto e ter um pouco de felicidade. Pão e circo: necessitamos disso.
CA Ribeiro Neto
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* Pesquisa sobre o PSB, jajá termino você.
* Provas de Direito Ambiental e Direito Administrativo no sábado.
* Prova da casa de cultura portuguesa adiada para quarta, menos mal.
* Depois de tudo isso, acredito que respirarei.
* www.aondeeuestavamesmo.blogspot.com
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Acreditar (D. Ivone Lara) - Orquestra Imperial - Baile de São Sebastião
Boa Sorte