A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Reforma Política

Não tenho muitos leitores, mas o pouco que tenho pode ser dividido entre os que gostam de política e os que não gostam! Para os que gostam, eles sempre esperam esses meus momentos de análise política, confesso, com um tanto de opinião pessoal... Venho tentando mudar isso e acho que esse agora é o que menos tem opinião minha. Quanto aos que não gostam de política, peço que esperem mais uma quinta e, acima de tudo, peço que leiam mesmo assim!


Reforma Política




Reforma Política é um dos assuntos mais discutidos atualmente. Vou falar um pouco sobre esse assunto para os que não acompanham o noticiário ficarem informados e para o que acompanham entenderem. Antes de tudo deixo claro que falarei apenas dos dois pontos mais polêmicos – Sistema de Listagem e Financiamento Público de Campanha – e não de tudo que aborda a Reforma – Verticalização das Coligações, Fidelidade Partidária etc.

Primeiramente, o Sistema de Listagem. Por esse Sistema, não votaremos mais em um candidato de nossa escolha, e sim na legenda do Partido que concordamos com a ideologia. O Partido, por sua vez, faz uma listagem dos políticos numa ordem de prioridade para entrar nas vagas do legislativo – Congresso Nacional, Assembléia Legislativa e Câmara Municipal.

Utilizemos como exemplo um Partido PX. O PX determina que sua lista terá em primeiro o Fulano, depois o Sicrano, em seguida o Beltrano, em quarto o Zé e assim por diante. Quando chega nas eleições, o PX recebe votos que atingem o Coeficiente Eleitoral três vezes, então entra os três primeiros da lista: Fulano, Sicrano e Beltrano. O Zé então, é o primeiro suplente, caso um dos três que entraram tenham que sair.

As vantagens desse sistema é que, não muda tanto assim, o sistema de como é escolhido quem entra nas vagas legislativas: é o coeficiente eleitoral que decide quantos entram. Outra vantagem é que isso diminui a força dos Partidos Nanicos. Eles são caracterizados por ter apenas um nome forte e, com esse novo sistema os Partidos cada vez mais precisarão da ajuda de todos.

As desvantagens também são importantes. A primeira é que haverá uma grande vantagem para os caciques. Não haverá possibilidade de renovação do legislativo, pois certamente os primeiros da lista já serão os que compõe as casas legislativas e que, convenhamos, não vêm fazendo muito pela população. E o que é pior, na esperança de eleger um político bom que não está à frente na lista, teremos que colocar um provável político corrupto antes.

Outra ponto que não sei ao certo se é bom ou ruim, é que diminuirá a personalização do voto. Imaginem o exemplo: você quer ser candidato a deputado estadual, filia-se a um Partido e se candidata ao cargo. Na lista do seu Partido você é o vigésimo para entrar. Que chances reais você tem? Com a certeza de que não entrará, porque irá fazer uma campanha forte? Se você tem “votos certos” em você, como pedirá para alguém votar no seu Partido, sabendo que não vai lhe adiantar de nada? Em outras palavras, acabará a vontade de votar em alguém, seja por interesse, seja por confiança. E esse é os dois lados da moeda, se por um lado impede votos o “ah, vou votar nele porque ele é meu amigo e me prometeu uma coisinha lá”, também impede o “Não me importa qual é o partido dele, ele é honesto e quero que ele entre”.

O Financiamento Público de Campanha é menos complicado, mas não menos polêmico. De forma resumida seria dizer que as campanhas dos candidatos seriam pagas por dinheiro público e não por dinheiro privado. Existem vantagens muito boas, mas há também desvantagens a considerar.

A vantagem maior é a transparência. Se um candidato recebe vinte mil reais para a campanha, ele tem que gastar exatos vinte mil reais. Pode parecer que não, mas isso é fácil de fiscalizar e o TSE realmente fiscaliza. E, se por um acaso o candidato alegar sobra de dinheiro para ficar com o dinheiro, como é feito atualmente, o dinheiro volta aos cofres públicos, impedindo o candidato de entrar no pleito eleitoral só para juntar um dinheirinho.

Outra vantagem seria, mais uma vez, a diminuição dos Partidos Nanicos. Esse dinheiro seria distribuído proporcionalmente aos Partidos, conforme sua representação nas casas legislativas. O Partido que tem mais deputados recebe mais, em contrapartida tem mais deputados para tentar reeleger. Já os Partidos Pequenos, que tem um ou nenhum Deputado na Assembléia receberão menos e portanto, promoverão menos propaganda e espaço para aquela história de apenas um só homem forte no Partido.

A desvantagem é explicar para a população que o governo vai deixar de investir em educação, saúde, segurança, entre outros, para dar dinheiro para políticos. Realmente, é complicado fazer isso, pois esses direitos da população já estão tão ineficientes que não sei se realmente seria uma troca benéfica para a população.

Talvez vocês entenderam a minha opinião dos dois pontos aí em cima, mas acima de tudo, é necessário que vocês pensem no que concordam e no que não concordam. Desejo uma boa reflexão para vocês!


CA Ribeiro Neto
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* Se não perceberam a minha opinião sobre a Reforma, favor me perguntar no msn!
* Prova sobre pesquisas de opinião, você não sabem o que a Imprensa esconde da gente sobre essas pesquisas...
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Rebel Rebel - Seu Jorge
Boa Sorte

3 comentários:

Hermes disse...

Rapaz, tu ainda vai se alistar a um partido nanico! dhsaudhasudhsa.
Já conversamos pelo msn..e não preciso refletir muito sobre isso. Não sou a favor de nenhuma das duas atitudes que querem implantar. Não daria certo, a de listagem, ao meu ver, nunca daria. Agora a da distribuição de dinheiro para campanha, talvez, algum dia. Mas não agora.

Giovana disse...

Concordo que a política brasileira necessita de uma reforma, mas me espanta ao ver como são discutidas as propostas para tal enquanto que a população fica em segundo plano.

Olha, como lhe disse antes, é um assunto desconhecido por mim e tem coisas que eu não entendi. Eu não vejo como diminuir a força de um partido nanico, que como vc mesmo disse são caracterizados por ter um nome forte, é vantagem. Ter uma infinidade de partidos políticos é um fator ruim, mas fortalecer os que já são fortes, é afastar cada vez mais um governo de políticas mais populares.

Quanto a essa primeira medidade, só pelo fato de 'diminuir a personalização do voto', já não deveria existir. rs
As vezes o perfil de um candidato não se enquadra com o perfil do seu partido... Além do mais, serão sempre os mesmos nas cadeiras representativas.

Quanto ao financiamente público da campanha, pelo que pude entender, tbm não seria muito eficaz. Ceder o dinheiro proporcionalmente conforme sua representação no legislativo, é novamente, ajudar quem está lá a continuar lá!
Acho que uma maneira mais eficaz no sentido de resguardar o dinheiro público, apesar de não favorecer partidos de menos representação, é a doação de dinheiro para campanhas dos próprios eleitores! Se eu gosto do partido X e quero que ele ganhe, dôo (?) uma certa quantia para ele para que possa fazer sua campanha.

Mas é um assunto a se pensar mais realmente.

Paulo Henrique Passos disse...

Primeiro, nunca vi uma postagem tua receber tão poucos comentários.

Segundo, mó paia esse Sistema de Listagem, como é que pode?! Manter os mesmos no cargo (ainda que não trabalhem direito, sejam corruptos). Nós já não temos (assim tão fácil) como tirá-los de lá no meio do mandato, agora vem isso.

Terceiro, esse financiamento público é, como tu disse, menos complicado mas muito mais delicado, afinal estamos falando de dinheiro.

E quarto, valeu pelos esclarecimentos.

Abraço.