A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Porra de Politicagem pecuniária!

Começando hoje mais uma série 'Tudo ao meu redor', faço uma seleção de 4 crônicas que fiz, todas esse ano, e que não entraram no meu livro, Desenho Urbano. 'Porra de Politicagem Pecuniária' eu fiz no começo do ano, na esperança de trabalhar na área em que me formei. Guardei-a até hoje, para publicá-la quando conseguisse um emprego. Já que não estou nessa área mesmo e estou feliz em meu trabalho, eis a crônica. Nessa série entra ainda 'Em defesa dos canhotos', 'Respeitem meus cabelos' e 'Miranda e a morena da janela'




Porra de Politicagem Pecuniária!

Eu tenho um sonho: trabalhar com política. Não quero ser político, não me interesso nem um pouco pela carreira. Mas sou apaixonado pela política, com a ideia de trabalhar pela coletividade, pelo público, para pessoas, diretamente em prol da sociedade.
Mas um bocado de “P” vem atrapalhar com meus planos. Um bando de porras-loucas que confundem política com poder, público com privado, fazendo politicagem, um partidarismo pervertido, uma pouca-vergonha sem pausa.
Ficam a paralisar os processos legislativos, a providenciar o supérfluo, a persuadir a população com suas promessas que não serão cumpridas pontualmente, a permear os partidos e cargos públicos, por propósitos incertos.
Parece mais que eles precisam pisar na gente para perceberem-se primeiramente importantes. É muita pompa, paletó, gravatas no pescoço, pizzas nas CPI's, pensões alimentícias, retribuições pecuniárias, paradas militares para recordar as passagens históricas que, como percebemos, pouco tem haver com a população.
Meu sonho virou pesadelo. É complicado supor mudanças, produzir esperança, acreditar que corrupção pode ser impedida, punida e, por fim, expirada.
Chega dessa letra. Agora digo-vos que estudo crendo nisso. Estudo com a intensidade de quem sente que tudo deve ser diferente e que, acreditem, assim será.


CA Ribeiro Neto

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* Tempos quietos as vezes me assustam... parece que quando demora para acontecer algo é que vem algo importante por aí.
* Pois é, é isso.

ESCUTANDO NO MOMENTO: Quase fui lhe procurar - Luiz Melodia

LENDO NO MOMENTO: Os Lusiadas - Camões - pg. 168

Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

5 comentários:

Marcília Sousa disse...

Voltei!!!
Foi divertido ler a sua crônica pronunciando todos esses "p's".
Mas tudo o que li é a mais pura verdade, pois a politica nunca foi transparente o que acaba "confundindo" as pessoas e destruindo sonhos de pessoas como você, que desejam e tem esperança de ver um Brasil melhor.

Beijos!! =****

Paulo Henrique Passos disse...

carlin, tô passando aqui só pra avisar que tem texto novo lá no blog. depois eu volto pra comentar

Paulo Henrique Passos disse...

Só uma perguntinha: além de todos esses "Ps", haveria entre os motivos de não querer ser político algum "m", de medo (receio) de se corromper ao entrar na política como político? Ou não?

Thiago César disse...

ainda bem q tu tah trabalhando com outra coisa...
porra de politica!

Anônimo disse...

Nossa, eu lembro deste texto! Quase inteiramente aliterado, e fala muita coisa que é verdade. A parte binária de política/poder, público/privado, você escolheu a letra certa pra falar disso! YGASEGYAEGSY
Antes deste texto, eu não havia percebido o tanto de vocábulos nesse campo semântico com "p". Incrível. Deve ter dado trabalho, e tomado certo tempo, pra poder juntar várias palavras com essa letra.