A dança da alegria

A dança da alegria - CA Ribeiro Neto

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O mar, eu e a cela ao lado

Bem, o texto que posto agora já estava previsto para a série 'o recado está dado', mas, como ela foi uma homenagem à Marcella Facó, ela mesmo tinha me cobrado esse texto publicado aqui! hehehe. 'O mar, eu e a cela ao lado' foge bem do meu estilo, mas é bom esperimentar novos estilos de vez em quando, ao menos para não dizer que não tentou! Espero que gostem!


O Mar, eu e a cela ao lado




Estou preso há dois anos, só que mais parecem vinte. Ficar preso aqui, sem viver a minha vida, me deixou meio desacostumado com certas coisas. A minha paixão pela liberdade foi cessada brutalmente, e por isso, fiquei perdido em minhas emoções.

Beirando a loucura, fui girando por minha cela, à procura de um refúgio. Só vi belas paredes escuras, frias, que não me correspondiam e a sujeira que grudava em meu corpo sem pedir licença.

Quando eu já estava padecendo nessa batalha inútil, avistei a janela. Ela iluminou meus olhos, mas não era o que eu precisava, afinal, ficar preso era o que eu menos queria. Apesar de rejeita-la, a janela permitiu que eu utilizasse sua maior habilidade: me deixou olhar pra fora.

Logo de cara, me ceguei com um brilho intenso, o sol se mostrava para mim, como quem procura veneração de todos. Talvez o problema esteja comigo, mas não me interessei por seus cabelos loiros.

Nesse momento, eu já me sentia estabilizado, as emoções estavam seguras e a procura por uma paixão já estava descartada, quando, através da mesma janela amiga, me encantei pelo mar.

Coincidência ou interesse involuntário, não sei, mas sua inconstância me fascinara; sua beleza, leveza, certeza e força me surpreenderam; seu poder, exuberância, imponência e posicionamento perante tudo prendeu minha atenção.

Trocamos algumas palavras. Foi interessante, pois parecia que eu estava escutando um sussurro de uma concha. Trocamos olhares, quando seus olhos se formavam nas ondas. Mas eu continuava sem saber o que sua mente pensava, quando as ondas (olhos) se fechavam.

Agora estamos na ressaca, seus braços de espuma batem nas muralhas da prisão. Só me resta saber qual parede vai quebrar: a minha, oh mar, ou a da cela ao lado.


CA Ribeiro Neto
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Quanto ao resultado pela limitação ou não do número de participantes do Blog's de Quinta, ficou para a decidir Fábio Paulino e Pedro Gurgel. Eis o que eles responderam:

Fabio: A, que nem meus escritos, eu sou bem coração no que espero, apesar duma fé pequena, acho que pelas coisas aparentes, né, a "lógica que mata", mas, espero mesmo as pessoas dos blogs de Quinta mais próximas, sendo bem humilde, pq queria era todo mundo amigo.

Pedro: A, pois acho que se encaixa mais com a linha do meu pensamento...

Então, a partir desse momento, o Blog's de Quinta terá um número máximo de 15 membros. Estamos contando no momento com 12 integrantes, ainda tendo três vagas para futuros interessados.
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* Baque Lírico hoje, Às 12h no Banco do Nordeste.
* Voltando da Caponga, foi muito bom por lá.
* O Cabeça imitando o Collor foi muito bom! hehehehe
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ESCUTANDO NO MOMENTO: Nada.

LENDO NO MOMENTO: Almanaque Armorial - Ariano Suassuna - Pg. 83.

Boa Sorte

4 comentários:

Freddy Costa disse...

Carlin, vc agora estão na ressaca, é pq a noite anterior foi boa demaaaaaaaaaaaaaaaaais...
Hahaaai!!!


E vc é um safado!!!
(Só pra não deixá-lo esquecer)

Marcella disse...

Hei, eu pedi o texto, não o texto no blog.
Pare de deturpar minhas palavras...

Adoro o sentimento que transpira no texto...

Thiago César disse...

eh o bom mah, tu ficou preso e a paixão pela liberdade cessou em vez de aumentar?!

P.S.: melhor q eu imitando o collor foi o PH imitando a Xita por 2 seg. HAI!

Hermes disse...

Texto reflexivo. Gostei da construção de imagem, que apesar de comum, sempre é bela: o prisioneiro em uma cela, uma janela que ao se olhar encontra-se a visão do mar. Daí os pensamentos que aparecem a partir dessa construção são mais interessantes ainda. Mas oh teminha para vocês gostarem, essa tal de liberdade....